"“O amor é altruísta, é alimento para a alma. Quando se ama verdadeiramente, não importa onde e como você está. Sempre você irá praticar o bem pensando no seres amados.”"

sábado, 29 de março de 2008


"Estavam juntos, numa mesa, um vidro de tinta e uma folha de papel. Ela, a se orgulhar de sua brancura, que era de uma pureza sem precedentes, mais pura do que as outras folhas de papel que estavam ali, amontoadas em pilhas irregulares. Mas, num átimo, sem que se soubesse a razão, o vidro de tinta se destampa e , sem pestanejar, enche a folha de papel, antes imaculadamente branca, de palavras que eram versos dolentes, cheios de amor...

"Amor é fogo,
Que arde sem se ver,
É ferida que dói,
E não se sente,
É o não contentar-se,
De contente,
É dor que desatina,
Sem doer"...

A folha de papel irou-se imediatamente; "olhe o que você fez, seu tinteiro ignorante!", esbravejava com todas as suas forças. "Você me manchou, com essas palavras tirou-me a pureza, de que eu me orgulhava tanto". O tinteiro nada disse, apenas limitou-se a escutar, calado, os insultos da folha de papel. De repente, um homem começou a fazer a limpeza do aposento, jogando o que considerava imprestável no fogo. De repente, sua vista parou no monte de folhas de papel, meio amarelecidas, que estavam em cima da mesa, e começou a jogá-las no fogo. A folha temeu por sua vida, mas o homem, ao tomá-la nas mãos, leu aquelas palavras, e, num gesto rápido, colocou-a de volta na mesa, enquanto que as outras folhas, sem nada escrito, foram jogadas no fogo...O homem, voltando à mesa, releu aqueles versos tão tocantes e, depois, tomou a folha com todo cuidado, guardando-a dentro de um livro, com outros iguais versos...
A folha de papel sorriu...

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